Na ida, Buenos Aires foi só um ponto de desembarque do Buquebus. Deixamos para conhecer a cidade na volta, já que teríamos mais tempo.
Após desembarcarmos as 14:30h, pegamos a Ruta 9 em direção a Rosário. Estrada duplicada e em excelentes condições. No caminho, uma praça de pedágio bastante engarrafada, aguardamos por alguns instantes na fila e então começamos a ouvir sons de buzinas por todo lado e as cancelas foram sendo levantadas deixando a passagem liberada até que o engarrafamento se desfizesse. Passamos tranquilamente sem precisar pagar. Detalhe é que o valor cobrado era cerca de R$ 1,50. O pedágio mais caro que encontramos na Argentina na época foi o equivalente a R$ 2,10.
Como não tínhamos hotel reservado a ideia era chegar o mais próximo possível de Córdoba, onde queríamos estar na manhã seguinte. A partir de Rosário a estrada era de pista simples e bastante movimentada com muitos caminhões, mesmo a noite, já que a região é o maior celeiro de grãos da Argentina. Conseguimos nos manter acordados até Leones, cidadezinha no sudeste da Província de Córdoba. Encontramos um hotelzinho bem meia-boca perto da estrada principal, mas era o que tínhamos para aquele horário.
Na manhã seguinte, informação auspiciosa do gerente do hotel: a partir de Villa Maria (próxima cidade na Ruta 9) a estrada estaria duplicada. Essa informação ainda não constava nos mapas, já que a estrada estava em obras para duplicação. Hoje todo o trecho já encontra-se duplicado.
Chegamos em Córdoba perto das 10h da manhã. Fomos conhecer a parte histórica da cidade como o Cabildo:
E a Iglesia de La Compañia de Jesús, que é o templo mais antigo da Argentina (1645) e foi denominado Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO.
Córdoba possui uma vasta história a ser conhecida:
Alta Gracia foi nosso próximo destino. É uma cidadezinha a 36 km de Córdoba que teve como ilustre morador Ernesto Che Guevara. A casa onde Che morou na infância foi transformada em Museu onde toda sua história é contada através da exposição de objetos pessoais, cartas e bilhetes escritos por ele.
O objeto que mais chama atenção no Museu é "La Poderosa" a motocicleta com a qual Che e um colega universitário (Alberto Granado) foram de Buenos Aires a Caracas. Essa aventura é contado no filme "Diários de Motocicleta" onde os dois percorrem o continente sul-americano numa velha motocicleta. O filme foi baseado nos livros escritos por Che "Notas de Viaje" e Alberto Granado, "Con El Che Por Sudamérica".
Após a visita ao museu, seguimos pela Sierra Argentina descendo pelas belas paisagens da Ruta 20 até Mina Clavero. De lá seguimos pelas planícies até San Luis, onde procuramos algum hotelzinho econômico para dormir. Acabamos por nos hospedar no hotel Castelmonte, meio que por falta de opção. Esse hotel ficaria marcado pelos acontecimentos que relataremos no próximo post.
Acordamos cedo e partimos para Mendoza, pela Ruta 7 (Panamericana). Estrada duplicada e iluminada no trajeto pertencente a Província de San Luis.
Cruzando a divisa com a Província de Mendoza, somos recepcionados pelo belo pórtico e por uma inspeção em busca de frutas ou qualquer item de origem animal ou vegetal. O motivo: as famosas vinícolas da Província, livres de agrotóxicos em função do isolamento natural cordilheira/deserto. Seguindo viagem em alguns quilômetros já é possível ver a Cordilheira dos Andes no horizonte. Ver a cordilheira pela primeira vez foi uma sensação indescritível, nos fez perceber o quão longe havíamos chegado.
Como nosso projeto era visitar uma vinícola no lado chileno, aproveitamos o dia para conhecer a cidade de Mendoza, já que chegamos cedo da manhã.
No Parque General San Martín fica o Estádio Malvinas Argentinas (onde aparecem as quatro torres na foto acima), estádio esse usado na Copa de 1978 e onde joga hoje o Godoy Cruz.
Existe uma linha exclusiva de carros elétricos (Tranvía, em espanhol, bonde em português) para passeios turísticos com paradas estratégicas por toda a cidade.
A cidade ainda conta com um sistema subterrâneo de canalização da puríssima água do degelo da cordilheira, que é utilizada tanto na cidade quanto para irrigação das videiras.
Apesar de estar localizada em solo desértico é uma cidade muito arborizada, agradável e ainda responsável por 70% da produção dos vinhos argentinos que possuem qualidade incontestável.
A noite começamos uma tradição: provar as cervejas produzidas nas cidades visitadas:
Depois dessa difícil tarefa...noite de descanso no Hotel Balbi para a travessia da Cordilheira que faríamos no dia seguinte. Mas isso já é assunto para o próximo post.
- Para entrar no país, não é exigido passaporte. Apenas com o RG, assim como no Uruguai;
- As estradas argentinas são muito boas, bem sinalizadas e boa parte delas é pedagiada, mas como descrito no post os valores são bem mais baixos do que estamos acostumados no Brasil;
- É obrigatória a contratação de Seguro Carta Verde;
- Quanto à legislação de trânsito, também é exigido o uso de farol baixo, mesmo durante o dia. São exigidos ainda dois triângulos, kit de primeiro-socorros, caixa de ferramentas, cambão ou cabo para reboque. É indicado que você obedeça a todos os itens: a fama da polícia argentina não é das melhores e quanto menos motivos para complicações melhor. Inclusive recomenda-se que se tenha impresso o Código Argentino de Trânsito. Seguindo essas recomendações, já rodamos cerca de 25 mil quilômetros pela Argentina, sendo parados inúmeras vezes sem qualquer tipo de problema;
- O preço da gasolina varia de acordo com a região, mas geralmente é mais barata que a brasileira e não tem mistura de álcool;
- Se seu carro for movido à gasolina, abasteça sempre com a Nafta Super 95.
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Roteiro:
Brasil - Passo Fundo, Chuí;
Uruguai - Punta Del Este, Montevidéu, Colonia;
Argentina - Buenos Aires (de passagem na ida), Alta Gracia, Mendoza, Villa La Angostura, Bariloche, Buenos Aires (pra conhecer,...
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