URUGUAI, ARGENTINA E CHILE - PARTE IV

O Chile é um país magro e alto (poeta desconhecido do Enem). kkk

As pessoas são educadas, honestas e cumprem as leis, e no trânsito isso se percebe com mais facilidade.

Estamos generalizando, claro, já que como tudo nesse mundo, deve ter suas exceções.

Um exemplo é o respeito aos limites de velocidade. Se o limite é 100km/h, é nessa velocidade que andam, se logo a frente a placa é de 80km/h, você vê nitidamente os motoristas diminuindo a velocidade para 80 e assim por diante.

Após o susto com a maleta na Cordilheira, chegamos em Santiago no final da tarde e fomos procurar um hotel, pois não tínhamos reservado. Encontramos o Hotel Presidente no bairro Providência. Ele fica a 200m da Fuente Bicentenário e da Estação de Metrô Salvador. Hoje ele faz parte da rede Tulip Inn, na época ainda não fazia. Bem agradável e com ótimo café da manhã.

Na manhã seguinte fomos ao Palácio de La Moneda (sede a Presidência do Chile). Tínhamos lido recomendações para assistir a troca da guarda no palácio, mas não sabíamos ao certo como acontecia e as informações que tínhamos lido eram bastante desencontradas. Porém, girando de carro pelo centro da cidade, quando estávamos a duas quadras do Palácio, ouvimos sons de uma banda e da marcha dos "carabineros". Nos demos conta que a Troca da Guarda aconteceria naquele exato momento e que estávamos acompanhando "El Cuerpo de Ciudadanos Armados", (a Guarda de Santiago) e o "Orfeón Nacional de Carabineros". Estacionamos o carro e fomos caminhando lado a lado com a banda. Muito legal!

A marcha inicia no Paseo Bulnes, segue para a Rua Morandé e termina na Plaza de la Constitución, onde depois de uma série de instruções formais, a Guarda que estava no posto cede lugar ao novo grupo.

A Troca da Guarda acontece desde a criação da Guarda do Palácio em 1851. É realizada a cada dois dias entre 10h e 10:45h (agora a gente sabe). Vale muito a pena ver, pois é um número significativo de Carabineros, sempre acompanhados de uma banda, todos devidamente fardados que dão um espetáculo de sincronia, organização e beleza.

Se quiser fazer uma visita guiada pelo palácio é preciso agendar previamente.

Depois do espetáculo e de uma girada pelos demais prédios da redondeza, que ainda mostram traços do golpe de 73 (em que Salvador Allende se suicidou e o poder foi tomado por Augusto Pinochet), seguimos para o Cerro San Cristóbal, um dos pontos mais altos de Santiago, com 880m. Uma vista muito bonita da cidade, durante o dia e à noite. Lá há uma estátua da Virgen de la Inmaculada Concepción, com 14 metros de altura sobre um pedestal de 8,5 metros.

Ainda no Cerro, provamos um rico mote con huesillo...uma calda de pêssego gelada com pedaços da fruta e umas sementinhas no fundo...muy rico por sinal, muito saboroso.

Pelo tamanho da boca da pra ver que era bom...heheh

Pelo tamanho da boca da pra ver que era bom...heheh

No mesmo dia fomos a Viña del Mar e Valparaíso, duas cidades próximas a Santiago (120km).

Viña é conhecida como "cidade jardim", famosa pelo seu relógio de flores logo na entrada da cidade.

Já Valparaíso é famosa pelos ascensores, espécie de vagão que corre sobre trilhos muito íngremes, que auxiliam na subida dos morros (que são vários rodeando a cidade). Aqui infelizmente não conseguimos tirar muitas fotos porque ficamos sem bateria. :(

De volta a Santiago, fomos correndo até o Parque Arauco, para comprar os equipamentos eletrônicos que havíamos deixado na Argentina. Chegamos correndo...e o shopping ficava aberto até altas horas...nem precisava de tanta pressa.

Para a manhã seguinte, nosso plano era sair de Santiago pela Ruta 5 até Temuco. Não antes, porém, de conhecer uma das famosas vinícolas chilenas. No caso, a maior delas, a Concha y Toro, que fica numa das saídas ao sul de Santiago, bem próximo a cidade. Recomenda-se sempre agendar previamente o tour guiado. Como não havíamos feito isso, fomos ver na chegada a vinícola o que tinha disponível. O próximo tour era em inglês e começaria em seguida, o em espanhol seria só a tarde, então optamos por esse em inglês para não perder muito tempo.

O passeio é regado a muuuuito vinho bom, é óbvio, mas conta também a história do visionário Don Melchor Santiago de Concha y Toro e sua família, um pouco sobre o cultivo e os diferentes tipos de uva e as lendas que envolvem o local. Como a famosa história que originou o vinho Casillero Del Diablo.

A história surgiu porque Don Melchor contruiu uma cave para guardar os melhores vinhos para seu uso. Quando os empregados descobriram que lá eram guardados os melhores exemplares, e como ninguém é de ferro, as garrafas começaram a desaparecer. Então Don Melchor espalhou o boato de que o próprio diabo habitava aquela cave, assombrando o local. Os barulhos naturais de uma cave subterrânea e sombras vistas por lá acabaram dando veracidade ao boato e consequentemente, ninguém mais se atreveu adentrar o local, preservando assim as preciosas garrafas.

Hoje quem visita a cave pode ver a sombra do Coisa Ruim, com chifres e tudo.

Depois de sair da Concha Y Toro, seguimos em direção a Temuco. Alguns quilômetros adiante, próximo a estrada, pode-se conhecer o Salto del Laja, cascatas de águas oriundas do degelo.

Seguimos viagem e passamos a noite em Temuco.

Na manhã seguinte, fomos até Pucon (100km distante). A região é muito bonita, e cercada pelo lago e pelo vulcão Villarrica. A ideia era comprar um passeio para a subida do vulcão, mas como o dia estava nublado, os passeios foram cancelados.

Descobrimos então que poderíamos subir por conta própria. Pegamos o Peugeotzinho e... #partiu vulcão... hehe

Até hoje não acredito que fizemos isso. O tempo não estava propício, o carro não era nem de perto apropriado (mas foi bom ter subido com ele, porque o porta malas estava cheio de casacos). Começamos a subida com roupa de verão e descemos do carro, perto do topo do vulcão, com gorros, mantas, luvas, cachecóis e o que mais encontramos para nos proteger do frio que fazia lá em cima.

Lago Villarrica

Lago Villarrica

Lago e a pontinha do Vulcão Villarrica, escondido atrás das nuvens.

Lago e a pontinha do Vulcão Villarrica, escondido atrás das nuvens.

Início da subida do vulcão

Início da subida do vulcão

Já no topo do vulcão

Já no topo do vulcão

Brincando de ser criança...heheh

Brincando de ser criança...heheh

Neblina e frio

Neblina e frio

Aventura...valeu a pena.

De lá, mais estrada, até Puerto Varas...mas isso é assunto para o próximo post.

DICAS:

- As estradas chilenas são excelentes e muito bem sinalizadas. A Ruta 5 é duplicada de Santiago a Puerto Montt e as vias secundárias estão em bom estado de conservação.

- Mais do que nunca, respeite os limites de velocidade.

- Agende a visita na Concha y Toro. Tivemos muito mais sorte que juízo. Se tivéssemos chegado 5 minutos mais tarde, teríamos que ter esperado mais de 2 horas para o próximo passeio com vagas.

Próximo post: Puerto Varas, Puerto Montt, Paso Cardenal Samoré, Villa la Angostura e Bariloche.

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