La Paz - Capital mais confusa da América do Sul
Ainda extasiados e com a imagem do Salar na cabeça, seguimos viagem.
O próximo destino seria Nuestra Señora de La Paz ou simplesmente La Paz, capital da Bolívia,
Saímos do Salar às 15:00h, rumo ao norte. O caminho a La Paz não é nada fácil. São 200km de rípio e quase 400 de asfalto até a capital. No rípio, passamos pelos mesmos motociclistas argentinos que havíamos conhecido lá na fronteira, 3 dias antes. Levamos 7 horas para percorrer o trajeto, que só teve uma parada estratégica em Challapata (onde começa o asfalto) para uma lavagem completa da camioneta. Não dá pra facilitar com o sal...
O caminho foi cansativo, chegamos em La Paz a noite e o GPS não estava ajudando muito, já que o mapa boliviano que tínhamos não era roteável, ou seja, servia pra ver as estradas, mas não dizia por onde ir...
A chegada foi assustadora, o trânsito lembrava a Índia, era gente por todos os lados, em meio aos carros, descendo das vans ainda em movimento, carros em todos os sentidos. O sinal até funcionava, mas era assim: sinal verde = siga. Sinal amarelo = buzine e siga um pouco mais devagar. Sinal vermelho = buzine o quanto puder e siga com atenção...hahah
As fotos abaixo são prints da filmadora que captava a viagem.
Giramos por um tempo, pedimos informação e ai entendemos que na verdade ainda não tínhamos entrado em La Paz. Estávamos na verdade em El Alto (a mais de 4.000 metros de altitude), que faz parte da região metropolitana. O município forma, juntamente com La Paz, o maior aglomerado urbano do país com 1.2 milhões de habitantes.
Giramos, giramos, pedimos informação e nada....já estávamos rezando pra sair do meio daquele inferno, até que encontramos, em meio àquela exemplar sinalização, a forma de descer até La Paz por uma autopista.
Acha que a aventura acaba por aí???? Nãaao... o trânsito "lá embaixo" (a 3.600m de altitude) é igual ao de El Alto. Então rezamos mais um pouquinho, em meio a gritos de ?cuidaaaado?, ?freeeeia?, ?páaaara?... até encontrarmos um hotel e nos escondermos lá, em segurança, pelo menos até a manhã seguinte....hehehe
Ficamos no Hotel Glória, (3 estrelas e simpático) no centro histórico, e acordamos as 6h da manhã porque era simplesmente impossível dormir devido ao buzinaço que acontecia lá fora. Não em função de algum evento ou protesto, era um dia como qualquer outro no trânsito. Vendo tudo isso, optamos por deixar a Pajero na garagem e sair a pé, no centro, ou de taxi, pra ir mais longe. Em um dos passeios perguntamos a um taxista porque buzinhavam tanto naquela cidade, e tudo era motivo para uma buzinadinha. Eis a resposta: ?Porque sim!?... hahaha e complementou dizendo que era "pra desestressar".
No dia seguinte, alguns contratempos: o centro histórico da cidade estava totalmente fechado porque acontecia um protesto em frente a Catedral e as quadras que circundavam esse local foram totalmente bloqueadas pela polícia local. Um grupo de indígenas se manifestava contra a construção de uma estrada que cruzará o coração da maior reserva da Bolívia. Não conseguimos conhecer nada dessa parte mais histórica da cidade, nem ao menos tirar fotos. A ideia inicial era passar 3 noites na cidade, mas como não iria render muito, abreviamos pra duas.
Falando em fotos, mais um acontecimento estranho na hora do almoço. Estávamos em um Burger King próximo ao centro, aproveitando para tirar uma foto nossa lá dentro. No mesmo momento chegou um policial e nos informou que era proibido tirar fotos naquele local e pediu para que a foto fosse apagada. Não entendemos muito bem, mas fizemos o que nos foi solicitado. O que percebemos é que a polícia submete-se ao comando do Presidente da República e a repressão policial é forte por lá, seria essa a explicação?? Sei lá...
Na sequência, o fato mais doloroso do dia, no meu caso (Thais). Uma torção de tornozelo ao descer uma escada, que só alguns dias mais tarde, já em casa, iria descobrir que havia rompido um dos ligamentos do tornozelo esquerdo. A dor condizia com algo mais sério, mas a viagem não podia parar Segui mancando até o último dia. :(
Esse episódio nos fez optar por um passeio mais light para o decorrer do dia. Fomos até a zona sul para conhecer um shopping que nos haviam indicado, e tivemos uma agradável surpresa. Essa parte da cidade é o que se pode chamar de um oásis em meio àquele marrom todo: muito verde, casas belíssimas, enfim, a parte rica da cidade se concentrava ali.
Então funciona mais ou menos assim, nas encostas e centro está parte mais humilde da população, com grande movimento da classe operária, indíos e cholas que circulam de um lado para outro com seus xales nas costas, carregando desde crianças até mantimentos ou o que precise ser transportado. Na zona sul, a parte nobre, com avenidas largas, construções moderníssimas, shoppings e comércio de alto padrão.
Nossa passagem pelo Shopping Mega Center rendeu ótimas e vantajosas compras, a preços similares aos encontrados no Paraguay, por exemplo. Recomendamos!!!
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